Síndrome do Cadáver Ambulante: quando o cérebro acredita estar morto

A rara condição neurológica faz com que a pessoa acredite estar morta ou que partes do corpo deixaram de existir, impactando mente e comportamento

26/08/2025

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O que é a Síndrome de Cotard?

A Síndrome de Cotard, também conhecida como síndrome do cadáver ambulante ou delírio niilista, é um transtorno psiquiátrico raro em que a pessoa acredita que está morta, que não existe ou que seus órgãos deixaram de funcionar. Em alguns casos, pode haver suspeita de imortalidade.

Origens históricas

O neurologista francês Jules Cotard foi o primeiro a descrever essa condição em 1880, denominando-a "delírio da negação" (le délire des négations). Ele documentou casos de pacientes que negavam a própria existência, a de partes do corpo e até a necessidade de comer.

Fases da condição

A síndrome é geralmente dividida em três estágios distintos:

  • Germinação: surgem sintomas como depressão psicótica e hipocondria;

  • Florescimento: aparecem delírios de negação intensos;

  • Crônico: persistência dos delírios e depressão.

Sintomas e riscos principais

Pacientes com Cotard podem:

  • Acreditar que estão mortos ou que seus órgãos estão apodrecendo;

  • Demonstrar negligência com cuidados pessoais, isolamento social e, em casos graves, desmotivação para se alimentar;

  • Apresentar sintomas associados como ansiedade, depressão, insensibilidade à dor e tendências suicidas.

Relatos históricos incluem:

  • "Mademoiselle X", que acreditava não ter órgãos e morreu de fome;

  • Um indivíduo com danos cerebrais por acidente que acreditava ter morrido e ido ao inferno.

Causas neurológicas e fatores associados

Embora ainda não completamente elucidadas, diversas condições estão relacionadas à síndrome, como: depressão grave, esquizofrenia, tumores cerebrais, epilepsia e enxaqueca. Estudos sugerem alterações em áreas cerebrais responsáveis pela percepção da realidade e identidade, como o giro fusiforme e o lobo parietal.

Diagnóstico e tratamento

  • O diagnóstico é clínico, baseado na avaliação psiquiátrica e exclusão de outras condições;

  • O tratamento envolve antidepressivos, antipsicóticos, estabilizadores de humor, psicoterapia e, em casos resistentes, eletroconvulsoterapia (ECT).

Em Síntese

A Síndrome de Cotard é uma condição rara e perturbadora, marcada por delírios extremos de negação da própria existência. Reconhecê-la e tratá-la com abordagem psiquiátrica adequada é essencial para oferecer suporte e reduzir riscos como o suicídio.

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